top of page
Buscar

Saúde mental: Entre avanços e retrocessos o que ainda precisamos aprender.

ree

Essa é uma das séries que me fez sentir vontade de abraçar cada pessoa que compartilhou a sua história, ser grata por minha rede de apoio, mas também, gerou revisitas a minha história com o tabu da saúde mental.


Em “O Meu Lado Invisível”, Oprah Winfrey e Príncipe Harry conduzem discussões francas sobre saúde mental através de 6 episódios:


1 – Diga em voz alta

2 – Pedindo ajuda

3 – Descobrindo o que funciona

4 – Precisamos uns dos outros

5 – Este sou eu

6 – Um caminho adiante


Apresentando junto com várias pessoas de todo o mundo que convivem com os desafios dos problemas de saúde mental e abordando seu bem-estar emocional, a série transcende cultura, idade, gênero e status socioeconômico para enfrentar o estigma acerca de um assunto muito incompreendido e para trazer esperança aos espectadores ao descobrirem que não estão sozinhos. 

“Agora, mais do que nunca, há uma necessidade imediata de substituir a vergonha que cerca a saúde mental por sabedoria, compaixão e honestidade”.  Oprah Winfrey.

A cada história, relato e vulnerabilidades compartilhadas, as associações foram quase que imediatas com a minha vida.


Fui a primeira vez a um consultório psiquiátrico indicado por uma colega de trabalho há uns 6 anos atrás. Lembro que a Empresa estava passando por um período de mudança cultural, que envolvia muitos lutos. Cada Líder estava tentando lidar de um jeito. Olhei para minha colega um dia e disse “Poxa vida, você está ótima. Me diz o que você está fazendo”. Ela me disse que estava medicada e como obteve a receita.

Agendei a consulta, apareci quase que disfarçada com medo de que alguém me reconhecesse e pedi minha medicação.


O médico me olhou e disse “a conversa aqui será longa, você está com tempo?”

A consulta durou quase 4 horas, não recebi a mesma medicação que minha colega (o que me deixou frustrada e com raiva) e muitas perguntas que não tinha resposta naquele momento.

“Nascemos em vidas diferentes, crescemos em ambientes diferentes e, como resultado, somos expostos a experiências diferentes. Mas nossa experiência compartilhada é que somos todos humanos”. Príncipe Harry.

Eu queria um remédio que agisse rápido, um CID para resumir as minhas dores e um fluxograma sobre como reagir diante das situações que eu sentia estar saindo do controle.

Na minha cabeça executora e voltada para resolver problemas, eu queria algo que eu pudesse continuar dando conta sem que ninguém percebesse os arranhões no meio do caminho. Precisava me manter produtiva, eficiente e demonstrando autoconfiança por fora, quando por dentro, muita coisa desmoronava.


Em uma das consultas eu levei minha mãe como escudo, em caso de encontrar alguém, falar que era para ela.


O psiquiatra percebeu e me disse “Itana, infelizmente ninguém sai daqui fazendo uma self comigo postando com orgulho o ‘tá pago’ da saúde mental, como faz quando sai da academia com personal trainer ou da consulta com nutricionista. A sociedade ainda não está preparada para acolher alguém em estado de sofrimento. Muitas pessoas confundem com falta de caráter, esforço ou incompetência.”


E nesse momento ele foi me dando uma aula sobre as várias camadas sobre essa dor invisível, que está diante dos nossos olhos muitas vezes.

A gente é uma grande caixinha muito misturada.

Durante meu processo de lutos, perdas e ressignificação da minha relação com o trabalho, me tornei Chief Happiness Officer e desde então, mergulhei em temas relacionados a sustentabilidade humana, como saúde mental e felicidade de quem trabalha.


Talvez se eu não tivesse passado por tudo isso, não conseguisse reconhecer rapidamente um sistema doente, fragilizado ou que seus resultados têm custado vidas humanas.


Se as pessoas não conseguem falar sobre suas dores e emoções, não trabalharão sem adoecer. Embora seja extremamente complexa a criação de uma ambiência social para que cada ser humano se sinta seguro em falar sobre a própria saúde mental, é imprescindível para assegurar dignidade no trabalho.


Em maioria, as pessoas não sofrem por causa da Empresa e sim, devido as experiências dolorosas que vivenciaram em seus ofícios.

Existe uma crença muito perigosa de que não existe outro caminho a não ser aguentar.

Uma das consequências da pandemia foi que ela nos educou a como sofrer, compreender a nossa capacidade de resiliência e regular as nossas emoções.


Cada pessoa iniciou o seu próprio processo em se autorizar a dizer “eu estou em sofrimento” mesmo enfrentando a vergonha ou julgamentos.


Grande parre das pessoas já perceberam que trabalhar e pagar conta não é vida, equalizar performance com saúde mental e alinhar as entregas com nossas capacidades e limites.

Percebo Empresas (e muitas são minhas parceiras de jornada) que através de uma cultura de cuidado que faça parte da essência, conscientes de que qualquer fonte estressora a longo prazo pode adoecer alguém e, portanto, sofrimento e prejuízo intenso.

Sob nenhum contexto e nenhuma possibilidade subestime a capacidade de alguém florescer.
ree

Líderes tiveram as suas responsabilidades atualizadas: cuidar de pessoas e sair da sua própria aldeia.


Estão aprendendo a se colocarem na agenda, autocuidado sem culpa, que escutar as pessoas vai além da descrição de cargo e uma caixa de lenço pode ser uma das suas principais ferramentas de trabalho.


Voltando para o documentário, percebo que ele dá uma boa roda de conversa principalmente quando se aproxima o setembro amarelo em que veremos uma enxurrada de informações sobre saúde mental. E nessa época, eu fico reflexiva: “Por que deixamos para falar em setembro o que podemos falar o ano inteiro?”.


Se cada Líder deseja chegar são e salvo até o final das entregas dos seus resultados, precisará interromper o ciclo de buscar para fora a solução que precisa ser resolvida dentro.


Às vezes essa corrida não é sua e fragmentos da sua alma estão ficando pelo caminho.

Eu vejo você, me importo e valido seus sentimentos.🌻

Por aqui você sabe, o conte comigo é de verdade. 

 
 
 

Comentários


SUSTENTABILIDADE HUMANA NAS ORGANIZAÇÕES

Todos os direitos reservados© 2024 por Itana Torres. 

Siga minhas redes:

  • LinkedIn
  • Instagram

Entre em contato:

Telefone: (71) 9956 4451

N E W S L E T T E R   L I N K E D I N

Líder São e Salvo

Nessa Newsletter, disponível no LinkedIn quizenalmente, falamos sobre: engajamento, segurança psicológica, saúde mental e as skills humanas.

bottom of page